NA BELÉM de-bolso,
pouca, de pôquete, vinda
na bagagem
contigo emigrada,
cabia
o lugar aqui súbito
exorbitado num aí,
toda a poesia-mestra de Max Martins
anterior ao Para ter onde ir,
um ramo olente de cidreira seca,
um estoque de sotaques,
tua estrela de contrabando no bolso,
hum mil dólares na sola
do sapato — e
uma última vez Val-de-Cãs
na despedida
em direção à
escala de sete noites
em Caiena,
caminho de ida
(a bordo de teu destino,
estrela-passageira, cruzando
à noite a Selva queimada
sob a asa, ala
de não-fumantes,
reclinado sob o luminoso
“TUDO É MAIS TARDE”)
sem volta:
foi tudo
(um tudo) que havia
a declarar.
Age de Carvalho,
Do livro "Trans" (inédito), 2010
MPB
Há 7 anos
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