Este blog contém alguns poemas publicados na Agenda da Semana do site Cultura Pará.
www.culturapara.art.br

31 de jul. de 2010


no mais,


ardo em brisas

estanco estrelas
perco trilhas

                               aldeias,   minhas ilhas

enquanto...
um sopro rege a mansidão
                              
         
                                          luas, o verbo ancora
                                          e cala o rio
                                          a verve
                                          serpenteia o peixe
                                          o aço, a rede

 
no mais,
                 adormeço

                                          o mundo vira



   Vasco Cavalcante, 2009


27 de jul. de 2010


Não é a água (O) que se bebe



Para encantar pedras mais leves,
dizer
à chuva: eis: ele, o Orvalho em chamas

Mesmo  Se espessamente
caindo sobre nós

O
lodo
O
escorpião

não escondeu seu mal para nascer
O
Anjo sobre a Terra?

A fome

Não sonha com a abundância?

E o pão,
não foi um dia o filho?

Vê sem agonia o que te diz o início deste dia:

se com a Sombra foram tuas as Asas que ascenderam à Lua, tua Poção de Chamas
insistir
na devoção pela Ausência,
soprar
as cinzas
para criar um bosque de sussurros

orado

junto ao fogo
pela Água da Luz apagado: eis: Tu, o Orvalho humanizado

       Vicente Franz Cecim