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A minha canoa vive
além de mim e da morte.
A forma é sua eternidade.
Língua e linguagem. A sorte.
Eu sou, enquanto navego,
de seu ego, nave, templo.
A sua razão de ser.
Metáfora do momento.
Oh! Geometria com alma!
Assim é minha canoa...
Boiúna boiando. Vago
lume vago que flutua.
O que ficará de nós,
além do nada que é nosso:
madeira, quilhas e ossos
cabelo, pedra e verso?
João de Jesus Paes Loureiro,
do livro "O ser aberto"
MPB
Há 7 anos
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