DESENCANTAR NA PALAVRA
Desencantar na palavra, seus habitantes ocultos.
Seres, velados seres. Desencantar o fruto na
árvore de sílabas. Imolar as palavras na cerimônia
do poema.
Oh! Cidade submersa na linguagem. Fatal é desvelá-las, reabrir-lhe as portas como o vento que reparte as nuvens: Acender-Ihes o jardim da edênica serpente. Cravar de novo os dentes na polpa do pecado. Florir de novo, o castigado amor. Iluminar-lhe as trevas. Evolar-Ihe o incenso. Penetrar as mãos para colher o poema no útero da palavra. Escrever. Seguir os passos de amorosos guias. Guiar-se pela dúvida. Reacender línguas de fogo nos fonemas.
João de Jesus Paes Loureiro
MPB
Há 7 anos
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