(Mandesltam)
Hipno guarda a criança
envolta pela música,
alheia às catástrofes;
o homem traslada-se
para fora do tempo
com a mensagem lida
no tronco da amendoeira
que nunca vergou.
O muro ruiu
sob o brilho de estrelas frias,
sobre paixões demolidas,
desencanto e dúvida.
Perante o que foi, é e será.
Mas tu
só
permaneces.
O sol negro couraça
as palavras que erguem
uma muralha contra a dor.
Um ícone decora as ruínas,
as esquinas sonâmbulas
do outro mundo.
Para que o testemunho
possa chegar ao seu destino
agasalha na ânfora
a palavra estrangulada pela neve,
arrasta o exílio
no ponto
negro.
Fala
para que não esqueçam,
a terra invoca suas metáforas
– será mesmo assim? – .
O silêncio possui aos poucos
o sono dos homens
irremissível.
Jorge Henrique Bastos
MPB
Há 7 anos
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